quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Construção civil no Rio Grande do Norte não atingiu metas em 2007

Mesmo não tendo atingido suas metas no Rio Grande do Norte, o setor de construção civil comemora os resultados de 2007. O balanço anual do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon RN) apontou que o Valor Geral de Vendas (VGV) deste ano foi abaixo dos 50% previstos. Um dos motivos foi a redução no número de lançamentos, resultado de dificuldades na liberação das licenças emitidas por órgãos públicos. Por outro lado, 2008 promete ser o ano fértil, com uma ênfase especial em projetos para a população de baixa renda. O balanço anual do Sinduscon mostrou que o VGV realizado no mercado imobiliário durante 2007 foi de R$ 320 milhões, representando um número de 2,3 mil unidades. Os números estão bem abaixo do que foi projetado - R$ 1,15 bilhão em vendas -, mas o sindicato argumenta que houve um acréscimo de 60% no valor do VGV, em relação a 2006.

O presidente do Sinduscon, Sílvio Bezerra, avalia o ano de maneira positiva. ‘‘Embora pudesse ter sido melhor, 2007 foi um ano bom. Tivemos números maiores que o ano passado e isso foi positivo. Mas as metas não foram alcançadas’’. Sílvio explica que o principal obstáculo para que as empresas não tenham chegado às cifras esperadas foi a burocracia dos órgãos municipais e estaduais. ‘‘O poder público não acompanhou a evolução do setor. Os órgãos ambientais precisam ser rígidos, licenciar de maneira correta mas ter prazos mais curtos para oferecer estas licenças’’, argumenta. Para 2008, números melhores devem vir, arrastados pelo aumento do poder aquisitivo da população e vantagens já acenadas pelo governo como a manutenção de uma taxa de juros baixa para o setor. Estes dois fatores proporcionarão mais compradores, atingindo, inclusive, as classes D e E.

Outro problema a ser enfrentado pelos empresários potiguares é falta de mão-de-obra no setor. O relatório do Sinduscon mostra ainda que até outubro de 2007 foram gerados 1.005 empregos na construção civil. No ano passado, o saldo foi bem mais alto, totalizando 5 mil empregos. Para Sílvio Bezerra, a principal causa é a falta de qualificação dos trabalhadores. ‘‘Este é um problema nacional. Temos muitos desempregados, mas uma grande parte deles não está qualificada para o mercado’’.O presidente do Sinduscon sugere um investimento maior por parte do governo em programas de qualificação. Para ele, o poder público precisa mostrar a preocupação com esta situação do mercado. ‘‘Os trabalhadores necessitam de um mínimo de qualificação. A formação técnica é uma boa saída para o problema por ser mais rápida que a de um universitário’’.

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