segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Construção - Demanda por cursos cresce 30% no setor

A procura por cursos de formação na área de construção civil cresceu 30% em todos os níveis na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, que há 49 anos atende o setor. “Todos animados com a possibilidade de emprego nesse bom momento da construção”, diz Carlos Eduardo Cabanas, diretor da Unidade, que funciona em São Paulo. A forte demanda criou novas possibilidades.
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) começa o ano oferecendo vários cursos de atualização e reciclagem para áreas de gerência de construtoras e incorporadoras, um dos nichos que mais sofrem com a falta de pessoal treinado (veja quadro). Segundo Cabanas, a indústria não consegue encontrar engenheiros projetistas e calculistas. “Também há muita dificuldade em preencher vagas operacionais, principalmente pedreiro assentador e revestidor e eletricista”, conta.Os cursos do Sinduscon-SP acontecem na sede da entidade, na Capital e nas regionais de Santos e São José do Rio Preto. E os do Senai, na unidade do Tatuapé.QUALIDADEA escola da construção do Senai está voltada para a aprendizagem e formação técnica. Esses dois cursos são, portanto, gratuitos. A aprendizagem forma jovens de 14 a 24 anos, para funções operacionais da obra (por exemplo, pedreiro, marceneiro, eletricista, encanador). As inscrições devem ser feitas em junho ou novembro e, se houver procura muito grande, é feita uma seleção. “Temos dois ‘vestibulinhos’ por ano”, explica Cabanas. Dura um ano.
O curso técnico em construção civil forma os assistentes de engenheiro, que atuam no acompanhamento da obra, supervisão de entrada e saída de materiais, realização de ensaios técnicos e no escritório, com o CAD. As aulas são no período matutino ou noturno e há uma taxa de inscrição de R$ 35,00. As inscrições abrem em outubro e em junho e a duração é de quatro semestres. Cabanas conta que os 64 alunos da turma que se formou em dezembro já estão empregados, com salários de R$ 1,7 mil em média. “O mercado aquecido melhorou um pouco os salários e as condições de trabalho, que sempre foram difíceis nesse setor”, diz.Além desses dois grupos de cursos, a partir de 1990 o Senai começou a fazer parcerias, com fabricantes de materiais de construção ou com associações. “Para atender às necessidades criadas com a evolução tecnológica do setor, que aliás foi muito grande. Era preciso atualizar os profissionais”, conta Cabanas. Esses cursos, com 100 a 120 horas (até dois meses), podem ou não ser subsidiados. “A Quartzolite, por exemplo, subsidia 100% do custo do curso de assentamento de azulejos ou pisos. A Eternit paga o de telhadista. Em outros há subsídios menores, mas sempre tentamos reduzir ao máximo”, afirma. O preço médio é de R$ 150. A lista de opções é grande e, segundo Cabanas, eles são ininterruptos e com vários formatos. “Temos cursos que só acontecem aos sábados, por exemplo. Basta ir à escola e consultar o calendário”, ensina. Cabanas diz que o problema da mão-de-obra reflete o abandono dos últimos anos. “Os fabricantes de materiais e as construtoras evoluíram e criaram sistemas de controle de qualidade. Na área de mão-de-obra, nada aconteceu.”
Fonte: Lilian Primi, Estadão

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