quinta-feira, 13 de março de 2008

Construção civil brasileira cresce a taxas chinesas

Dados recentes do setor apontam uma economia paralela à da realidade brasileira e que contribui significativamente para o PIB do País.
Uma realidade bem diferente da encontrada em outros setores e mercados. É desta forma que podemos classificar o patamar em que se encontra a construção civil brasileira, batendo recordes em serviços, produtos e empreendimentos. Números mostram que esta economia pode abocanhar uma fatia maior do bolo que ainda está no forno.
Para isso, as fichas em 2008 já foram jogadas e apostadas. É esperado um ano com crescimentos recordes e novos investimentos. A expectativa é que toda uma cadeia que envolve essa economia seja beneficiada com o boom atual do setor de construção.
O PAC é uma das apostas. O setor esperava que os investimentos do governo fossem animadores, mas os números de 2007 deixaram a desejar. O montante gasto não passou de R$ 1,4 bilhão, quando a expectativa ficava em torno de R$ 15 bilhões.
Os empreendimentos imobiliários evidenciaram o gargalo desta boa fase. Em São Paulo, por exemplo, houve recorde de lançamentos de imóveis. Algumas regiões ficaram sem cimento, devido à demanda exagerada – o resultado é que o setor fechou o ano com aumento de mais de 8%.
Em uma outra parte da balança, a mão-de-obra ficou devendo em 2007. Profissionais sem a qualificação necessária saíram do mercado, e o setor precisou usar a vocação brasileira para improvisar. Esse outro cenário pode preocupar as construtoras, que chegam a percorrer, em São Paulo, canteiros de obras, atrás de bons técnicos de construção.
Fatores como a queda na taxa de juros e o crédito imobiliário oferecido de forma fácil e rápida devem continuar remando para a boa maré. É evidente que o déficit habitacional existe e que esse deverá ser um território contínuo a ser explorado. Em algumas regiões, lançamentos são negociados na planta e em um curto espaço de tempo.
O setor que aumentou sua participação de 4,5% para 5, 5% no PIB espera para 2008 um aumento em torno de 4,8%.
Para se ter uma idéia, na China a construção civil responde por 16% do PIB. O país que mais se parece com um canteiro de obras cresce vertiginosamente, acolhendo o antigo e o novo. Grandes obras arquitetônicas são levantadas mensalmente, chegando a um montante de US$ 375 bilhões por ano, ou seja, 75% do PIB brasileiro.
Esta grande nação, que vive muito além do “feng shui”, hoje é referência em uma série de suprimentos do setor. Ali, as maiores feiras de equipamentos e os grandes escritórios de construtoras e arquitetos têm representatividade. A China ainda vive um processo de ocidentalização após ter aberto o mercado para o capital externo, fator que contribui para este sucesso.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis (Alec), Expedito Arena, “tivemos recordes na locação de equipamentos para construção civil no Brasil em 2007. Acompanhamos bem de perto essa nova realidade chinesa, principalmente no que diz respeito à inovação dos equipamentos. Construtoras entravam nas filas para conseguir equipamentos, para evitar perder dias nos canteiros de obras. Houve tanta procura por andaimes, que eles chegaram a faltar”, destacou.
Segundo Altino Cristofoletti Junior, diretor da rede de franquias Casa do Construtor – Aluguel de Equipamentos, que tem 40 lojas espalhadas pelo Brasil, a vantagem foi conseguir crescer junto com o boom da construção civil. “Conseguimos fornecer os equipamentos requisitados pelo mercado, fomos de encontro a esse bom momento. Em 2008, um ano de novos recordes, nossa expectativa é chegar a 60 lojas”, destacou.

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