quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Empresários da construção civil questionam ministra sobre criação da CaixaPar

A criação da empresa Caixa Participações (CaixaPar), que permite que a Caixa Econômica Federal possa entrar como sócia de empresas da construção civil, não agradou aos empresários do setor. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Paulo Safady Simão, disse hoje (29) que a medida não foi negociada com o setor e pegou os empresários de surpresa.

“É um equívoco do governo. A Caixa é uma financiadora do sistema, ela detém o monopólio de financiamento. Não nos parece correto que uma empresa que financia o setor seja sócia do setor. Não estou dizendo que foi feito com essa intenção, mas é uma porta aberta para possíveis distorções da concorrência do mercado”, afirmou.

Segundo Safady, o temor é que a medida atenda apenas poucas grandes empresas do setor e deixe os pequenos empresários de lado. “Estamos pleiteando medidas universais para o mercado como um todo. Queremos uma solução de mercado”, ressaltou.

O tema foi abordado durante uma mesa redonda com a participação da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil da Presidência da República, durante o 3º Encontro Nacional da Indústria, realizado em Brasília. Dilma explicou que a Caixa só pode ser sócia de empresas que obtiverem o nível 2 no Índice de Governança Corporativa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). “Geralmente, as grandes empresas estão neste nível, mas nada impede que pequenas ou médias empresas estejam”, disse.

Dilma garantiu, no entanto, que os pequenos empresários da construção civil não vão ficar desamparados no caso de dificuldades financeiras, e lembrou o anúncio feito hoje pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de uma linha especial de R$ 3 bilhões para o setor. “O governo acha que as pequenas e médias empresas da construção civil são de fato o coração do setor. Elas têm que ser preservadas e certamente serão”, assegurou a ministra.

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