sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Roca Portugal reduz na produção para fazer face à crise mundial

A Roca Portugal reduziu a sua produção para fazer face à crise financeira em que o mundo está mergulhado, revelou ontem Petra Fischer, administrada da empresa, localizada em Leiria.
A crise financeira, que originou uma crise imobiliária, levou a Roca a fazer um "ajuste" de produção ao mercado actual, mas Petra Fischer garantiu ao nosso jornal que o mesmo não significa a dispensa de trabalhadores.
À margem de um encontro entre a Câmara do Comércio Luso-Espanhol e cerca de duas dezenas de empresários, a administradora da Roca não quis avançar com números, mas admitiu que a diminuição na produção em relação ao ano passado "é significativa".
"Oitenta por cento da capacidade é um nível saudável para a empresa", salientou.
Sobre a crise financeira que atinge todos os mercados, Petra Fischer considerou que "é tempo de ultrapassar" a situação, através de novas metas e novos objectivos. No caso da Roca, aquela responsável adiantou que a aposta vai para a exportação para os países menos afectados pela crise, como é o caso de Portugal, país onde a empresa tem vindo a aumentar as suas vendas. "É bom vender em Portugal, porque é um dos países menos afectados pela crise", frisou.
A exploração de novos segmentos é também uma das soluções para escapar a este cenário, salientou Petra Fischer, que defendeu ainda a reabilitação de edifícios.
Com uma facturação na ordem dos 100 milhões de euros em 2007 (50 por cento facturados em Portugal e os outros 50 no estrangeiro), a Roca Portugal produz 2,5 milhões de unidades por ano.
O forte aumento da procura na Espanha nos últimos anos levou a um aumento da produção nas instalações de Leiria que, em meados de 2006, ampliou a semana habitual de cinco para uma de sete dias. No entanto, e devido às crises imobiliária e financeira que abalaram Espanha, a Roca viu-se obrigada a voltar à capacidade habitual de 80 por cento, praticada até então. Conta com 750 trabalhadores, depois de, em Julho passado, ter dispensado 80 como forma de garantir a competitividade e em reposta às crises nos mercados internacionais.

Encontro luso-espanhol

Era visível a satisfação de Joan Camps, vice-presidente da Câmara do Comércio Luso-Espanhol, ontem, no final da visita às instalações da Roca. Num encontro promovido em parceria com aquela entidade e a empresa em Leiria, Joan Camps trouxe ao concelho mais de uma dezena de empresários, sobretudo ligados ao sector da construção civil, para dar a conhecer o funcionamento da Roca.
"É espectacular", disse, no final, reconhecendo que "os processos, às vezes, surpreendem". "Nesta empresa há muito controlo manual e tem havido uma evolução e o aproveitamento e adaptação às novas tecnologias", destacou.
Por seu turno, Petra Fischer considerou a visita como uma possibilidade para criar novas parcerias. "Queremos mostrar que somos líder no mercado, o que temos, o que fazemos e o caminho para o futuro", referiu.
Destacando a aposta na produção sustentável, Petra Fischer explica que os próximos projectos da empresa passam por melhorar os produtos, consumir menos água, menos energia, apostando ainda na inovação e no design.

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