quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cultura antidesperdício de água pode combater a crise econômica e climática

Vivemos num mundo de extremos com bolhas de consumo e crises globais, com intempéries climáticas trazendo seca no centro-norte e enchentes no sul. O aprendizado que importa, é que o homem, assim como influencia negativamente, pode agir de forma positiva. Vejamos o exemplo da construção civil. O setor responde por 15% do PIB, empregando 15 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, provoca um impacto ambiental severo: dos recursos extraídos da natureza, o setor absorve a metade em suas atividades e produz 40% do resíduo gerado, desde a edificação de uma obra até sua demolição, com impactos que vão das aglomerações humanas até inundações.

Por outro lado, assim como qualquer outro ramo da atividade econômica, a construção civil é fomentadora do desenvolvimento. Então, o que é necessário? O governo acaba de anunciar uma ajuda para o setor imobiliário, liberando linha de crédito de R$ 3 bilhões e até 5% dos recursos das cadernetas de poupança. Isto é uma medida bem-vinda, mas que resolve no curto prazo.

Procurando olhar para o futuro, continua valendo o batido refrão: investir no desenvolvimento sustentável. A história é antiga, e implica em utilizar de forma racional os recursos naturais disponíveis, repondo o que for possível e evitando a degradação. Responsabilidade é a palavra-chave. Entre os recursos oferecidos pela natureza, o que está mais em risco hoje é a água. Aparentemente inesgotável, na verdade o líquido é mais precioso do que se imagina. Afinal, cerca de 97% da água está nos oceanos, enquanto 2,3% estão em forma de gelo ou nos lençóis subterrâneos e apenas 0,36% nos rios, lagos e pântanos. Deste pouco utilizável, 80% vão para fins agrícolas, 15% para as indústrias e 5% para consumo individual.

O uso racional da água, portanto, é fator de sobrevivência para todos. O investimento em tratamento e combate ao desperdício é prioritário, tanto para o poder público quanto para as empresas e, principalmente, para cada pessoa. Na construção civil, a fabricação e aplicação de produtos economizadores é uma tendência cada vez mais forte. A diferença de consumo de água entre uma torneira comum e uma economizadora chega a 77%! Portanto, combater a crise econômica com soluções antidesperdício é uma equação simples que pode ser aplicada em todos os extratos da sociedade. Para fechar, uma reflexão de Guimarães Rosa, cada vez mais atual: “A água de boa qualidade é exatamente como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba”.

Dania Pereira
Gerente de Marketing Corporativo
Docol Metais Sanitários

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