quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Metalúrgicos da Grande Curitiba ameaçam parar


Metalúrgicos de Curitiba e região metropolitana já sinalizam a possibilidade de greve. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a primeira paralisação pode acontecer já nesta sexta-feira.

Além de reajuste atrelado pela correção de 100% da inflação acumulada dos últimos 12 meses, a categoria, que tem data-base em 1.º de dezembro, reivindica abono salarial de R$ 1,5 mil e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

De acordo com o presidente do SMC, Sérgio Butka, a greve está mais próxima de acontecer na Bosch - maior indústria do setor no Paraná, que emprega cerca de cinco mil trabalhadores.

Segundo Butka, os metalúrgicos rejeitaram duas propostas durante a assembléia realizada ontem. Os trabalhadores deram prazo até sexta-feira para que a empresa apresente uma nova proposta.

A empresa teria oferecido aumento para dezembro de 11%, porém sem abono. A segunda proposta oferecia a de incorporação de 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - cerca de 7,15% - e um abono de R$ 700,00 para o dia 19 de dezembro. Entretanto, para os metalúrgicos, o aumento real de 3,6% para fechar os 11% viriam só em dezembro de 2009.

Para esse ano, o abono salarial é o grande mote da Campanha Salarial 2008, que envolve cerca de 30 mil trabalhadores de indústrias metalúrgicas e de máquinas.

Segundo Butka, o benefício foi conquistado pelos funcionários das montadoras e de autopeças, que garantiram abonos de até R$ 2 mil. “Nosso objetivo é estender essa conquista aos setores de metalurgia e máquinas”, diz.

“No ano passado realizamos mais de 120 acordos individuais por empresas, além das convenções coletivas. Queremos manter o mesmo nível de sucesso nas negociações”, comenta Butka. A pauta de reivindicações do sindicato já foi encaminhada a mais de 40 empresas.
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Além da Bosch, o SMC já está em negociação com a AAM do Brasil (Araucária); Haas do Brasil, Leogap e Perkins (CIC); Brandl, Ribasa, Suzuki e Vetore (Pinhais); Dana, GL Lorenzetti e Maflow (Campo Largo). Outras reuniões estão para ser agendas para os próximos dias.

Alarde

Segundo o presidente do SMC, “a alardeada crise no setor metalúrgico, com anúncio de férias coletivas e ameaça de demissões em massa, é uma espécie de estratégia adotada pelos patrões para nivelar por baixo as negociações de data-base”.

“O sindicato patronal está fazendo alarde com a notícia de férias coletivas de 35 empresas em dezembro próximo. Férias nessa época do ano é normal. Para se ter uma idéia, em 2007, 42 fábricas concederam férias coletivas em dezembro. E na época nem havia crise”, argumenta Butka.

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