segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Setor pode crescer na contramão

A falta de confiança parece um problema maior do que a própria crise financeira mundial para a construção civil brasileira. De acordo com o diretor de economia do Sindicado da Indústria da Construção civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, mesmo que haja um crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB), o setor vai crescer impulsionado pelo carregamento das obras já contratadas. "A construções em execução devem impactar em um PIB do setor entre 3% a 3,5% no ano que vem. Há um horizonte de trabalho de pelo menos seis meses", disse.

Segundo a economista da Tendências Consultoria, Amaryllis Romano, o cenário é bem possível, já que enxugando o problema de liquidez, os investimentos e a demanda vão retomar o ritmo, que apesar da crise mundial, não está em um nível ruim. "O cenário doméstico não é catastrófico", afirma

Amaryllis avalia que a mudança conjuntural, a partir de setembro, quando houve o ápice da crise mundial, não foi capaz de alterar a perspectiva de expansão para o ano novo "Em 2009 a construção vai crescer cerca de 4%, mas apesar da desaceleração prevista para acontecer em relação a 2008, a taxa é considerada positiva. Em 2007 o setor cresceu 5,1%", analisa.

Para 2008, apesar de ainda não ter consolidados todos os dados, o economista do Sinduscon-SP revela que, mesmo diante da crise, o PIB da construção deve mesmo ser 10% maior que em 2007, totalizando R$ 113,6 bilhões. "Isso representa um crescimento acumulado de 34% desde 2004. Nesse mesmo período o PIB brasileiro cresceu 26%", destaca Zaidan.

Já Amaryllis estima que a construção vai apontar expansão de 7% em 2008, sendo que as obras públicas devem representar de 33% a 37% desse crescimento.

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