segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Construção civil em São Paulo poderia empregar 14 mil pessoas com deficiência

Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) apontam que 682 empresas filiadas têm mais de 100 empregados e, portanto, devem ter no mínimo 2% do seu quadro de funcionários preenchido por portadores de deficiência.
Mas, fiscalizações da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do estado de São Paulo (SRTE-SP) realizadas em 282 empresas do setor mostraram que elas empregam, atualmente, 1.900 deficientes, quando deveriam empregar 9.900. Segundo a superintendência, se todas as 682 empresas se adequarem à lei, 14 mil pessoas com deficiência serão empregadas no estado.
Pactos firmados com sindicatos patronais são a alternativa encontrada pela SRTE-SP para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado. Desde 2005, o órgão já assinou acordos com mais de dez entidades e apresenta resultados, segundo Lucíola Rodrigues Jaime, superintendente responsável pela fiscalização das empresas paulistas.
Lucíola Jaime afirma que, até o final do ano passado, 79.479 pessoas com deficiência estavam trabalhando com carteira assinada no estado. O número representa cerca de 43% das 185.818 vagas que obrigatoriamente deveriam ser preenchidas por deficientes. Ainda segundo ela, 60% das empresas com mais de 100 funcionários sediadas em São Paulo cumprem a Lei de Cotas."Várias empresas do setor já foram multadas. Agora, têm dois anos para se adequar. Se não cumprirem as metas, serão multadas novamente", alerta.
Todos os acordos feitos pela SRTE-SP têm o mesmo formato: empresas filiadas a sindicatos aderem ao pacto e têm até dois anos para que pelo menos 50% das vagas destinadas a deficientes sejam preenchidas. Para compensar o prazo dado para adequação, os empresários se comprometem a organizar bancos de dados com informações de deficientes interessados em trabalhar, qualificar essas pessoas para que ocupem as vagas e realizar campanhas contra o preconceito e a discriminação."O pacto é o embrião de um trabalho de inclusão”, diz o diretor de Relações Capital Trabalho do SindusCon, Haruo Ishikawa, organizador do grupo de trabalho formado no sindicato para a discussão do acordo. “Durante dois anos, realizaremos uma série de atividades para saber quem são essas pessoas [com deficiência], onde estão e se querem trabalhar”.

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