O setor de construção civil cresceu 8,8% no primeiro trimestre de 2008, comparado com mesmo período de 2008 - a maior taxa de expansão desde o segundo trimestre de 2004, de acordo com o IBGE, e que se acelerou em relação ao trimestre anterior, quando foi de 6,2%.
Os prognósticos favoráveis sobre o desempenho do setor a médio prazo podem se fortalecer ainda mais, caso se consiga aumentar a oferta de imóveis para famílias de renda baixa ou média baixa, onde é maior o déficit habitacional que precisa ser suprido.
Em relação ao 4º trimestre de 2007 a construção civil cresceu 2,7%, índice superior ao da indústria em geral. Essa expansão decorreu de um fator estrutural (o aumento da oferta de crédito imobiliário, de 24,6%, segundo o IBGE) e de um fator conjuntural (aumento das obras públicas em ano eleitoral).
No Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que opera com recursos das cadernetas de poupança, a oferta de crédito aumentou 96% em 12 meses, até abril, atingindo R$ 21,7 bilhões e financiando, no período, 222 mil unidades, 68,6% mais do que nos 12 meses anteriores.
Outro fator, apontado pelo gerente de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, como acelerador da atividade, foi o chamado “consumo formiga”, caracterizado por pequenas obras e reformas residenciais em razão de melhorias na renda das famílias.
O avanço na atividade do setor depende da capitalização das empresas construtoras, da oferta de mão-de-obra e da adequação dos imóveis à capacidade financeira dos mutuários. O aumento dos preços dos terrenos e dos custos das construções pode colocar limitações na expansão da demanda. O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) aumentou de 0,37%, em abril, para 1,87%, em maio, influenciado pelo aumento do custo da mão-de-obra. Entre os primeiros cinco meses de 2007 e 2008, o INCC passou de 2,62% para 4%.
Há um déficit de cerca de 8 milhões de unidades e que se concentra principalmente nas famílias com renda de até 6 salários mínimos, segmento que os incorporadores consideram de baixa rentabilidade.
Já há alguma queda no custo do crédito, mas para atrair mutuários foi preciso aumentar o prazo e as operações em que o financiamento é de 100% do valor do imóvel, o que aumenta o risco e pode levar a graves situações em caso de desaceleração da economia.
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