sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Expansão de crédito estimula concorrência no varejo

SÃO PAULO, 3 de janeiro de 2008 - O crescimento do varejo de materiais para construção está apoiado na expansão do crédito por meio de parcerias com bancos e financeiras, o que é um problema para os pequenos lojistas que não têm acesso a essas ferramentas. A afirmação é do diretor executivo da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Natal Destro. "A venda de material para construção não ocorre por impulso como nos supermercado, por exemplo. Dessa forma, os pequenos varejistas precisam oferecer opções de financiamento e melhorar a gestão dos negócios", avalia. De olho nesse nicho do varejo, a Rede Construir reúne pequenos lojistas para ganhar força no mercado. Segundo o presidente da Rede Construir, Antonio Fappi, a iniciativa visa unir lojistas para comprar grandes volumes e conseguir preços melhores. "Assim, é possível reduzir o preço de compra, ampliar vendas, diversificá-las com produtos competitivos, padronizar os produtos e atendimento, ter acesso à formação gerencial e profissional e ter facilidade na aquisição de equipamentos e tecnologia", disse. O grupo já conta com 200 lojas associadas em sete estados (SP, RJ, MG, ES, PR, RS e PE). Para o diretor geral da C&C Casa e Construção, Jorge Gonçalves Filho, os clientes estão muito mais ligados a preço baixo do que prazo para pagar. "Para fazer parcelamento em 10 vezes sem juros precisa ter capital de giro, pois normalmente os bancos não se interessam por este segmento. Neste sentido é possível que as grandes redes continuem a crescer, enquanto os pequenos vão lutar para sobreviver", avalia. O mesmo diz o diretor da Cassol, Rodrigo Cassol. "O banco não tem interesse porque caso tome calote não tem como recuperar a mercadoria", acredita. No entanto, ambos se preocupam com a concorrência entre as redes e a possibilidade de ter de disputar o mercado também com empresas internacionais. "O Brasil é uma selva. Está tudo por fazer o que torna mais fácil a entrada de empresas estrangeiras, especialmente, no Centro-Oeste e Norte. Aqui no Sul e Sudeste já há uma concentração grande", disse. Gonçalves Filho acredita que "players" internacionais cheguem ao Brasil, mas devem enfrentar alguma dificultade para se adaptar. "O mercado brasileiro é muito diferente do resto do mundo. As estrangeiras podem patinar por algum tempo como ocorreu quando a Wal Mart chegou ao Brasil para competir no setor supermercadista, mas depois de alguns anos o modelo deles decolou", cita o executivo. (Vanessa Stecanella - InvestNews)

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