segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Matérias-primas a caminho do pior mês dos últimos 52 anos

As "commodities" estão a caminho do seu pior mês desde pelo menos 1956, data em que começaram os registos, devido aos receios de que o abrandamento do crescimento económico mundial reduza a procura de matérias-primas.

O índice CRB Reuters/Jefferies, que engloba 19 matérias-primas, caiu 24% este mês, o que correspondeu à descida mais pronunciada em pelo menos meio século, refere a Bloomberg.

O petróleo deverá estabelecer uma queda mensal recorde e o cobre deverá registar a maior desvalorização das últimas duas décadas. O ouro, por seu lado, deverá apresentar a sua pior “performance” em 25 anos.

“Outubro está finalmente a terminar – trata-se do pior mês na história das matérias-primas”, comentou à Bloomberg um analista do Commerzbank, Eugene Weinberg. “Os investidores estão à espera de uma desaceleração do crescimento no longo prazo e isso está a pressionar os preços”, acrescentou.

O West Texas Intermediate, crude de referência dos Estados Unidos, seguia a cair 4,3% no mercado nova-iorquini, para 63,12 dólares por barril. Em Londres, o Brent do Mar do Norte, “benchmark” para a Europa, cedia 2,57% para 62,07 dólares.

“O panorama para a procura continua fraco”, declarou à Bloomberg um corretor da Bache Commodities, Christopher Bellew. “Mesmo nos mercados emergentes, o crescimento deverá ser menor do que o esperado anteriormente”, referiu.

No Mercado Londrino de Metais (LME), o cobre para entrega a três meses cedia 4,3%, para 4.020 dólares por tonelada, com a perda deste mês a ascender a 37% - a mais forte em duas décadas. A volatilidade do metal subiu para 90,78% esta semana, atingindo o nível mais alto desde pelo menos 2004.

O alumínio seguia a perder 1,9%, para 2.020 dólares por tonelada, sendo de 17% a queda acumulada este mês.

Os seis metais industriais cotados no LME registaram uma desvalorização de 27% este mês, até ontem, encaminhando-se assim para a queda mensal mais pronunciada desde pelo menos Maio de 2000, salienta a Bloomberg.

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