quarta-feira, 18 de junho de 2008

Setor público amplia participação na construção

A participação do setor público no total da receita operacional do setor de construção subiu de 40,3% em 2005 para 42,6% em 2006, segundo a Pesquisa Anual da Construção relativa a 2006, divulgada hoje pelo IBGE. Segundo a pesquisa, com receita operacional de R$ 105,6 bilhões, as empresas de construção realizaram obras e serviços no valor de R$ 110,7 bilhões em 2006, dos quais R$ 47,1 bilhões foram construções para entidades públicas.

Em relação a 2005, em termos reais, o valor total de todas as obras realizadas cresceu 7,1%. Houve aumento, de 2005 para 2006, no valor das obras realizadas por todos os segmentos pesquisados: obras residenciais (9,4%); edificações residenciais (12,1%); edificações não residenciais (20,2%) e obras de infra-estrutura (20,5%).

Segundo o documento do IBGE, o aumento no valor das obras refletiu a expansão do crédito imobiliário, a conjuntura econômica favorável à construção de novas residências e a reformas, e mudanças como o regime especial tributário do patrimônio de afetação, a lei do incontroverso e a alienação fiduciária.

Regiões

O Sudeste manteve a maior importância econômica no setor de construção em 2006 entre as regiões do País, mas sua participação declinou em relação a 1996, de acordo com a pesquisa do IBGE. Apesar de perder participação, o Sudeste ainda é responsável por mais da metade do pessoal ocupado e do valor das construções realizadas pelas empresas com 40 ou mais pessoas ocupadas. Em 1996, a região detinha 59,5% das pessoas ocupadas das empresas de construção, tendo recuado aos 54% em 2006.

Em valor das construções, o Sudeste respondeu por 66,2% em 1996 e 56,3% em 2006. No universo das grandes empresas, a região tinha uma participação de 63,1% das pessoas ocupadas, passando para 57,6% em 2006. As grandes empresas do Sudeste executaram 66,7% das construções em 1996 e 59,3% em 2006.

Segundo os técnicos do IBGE, no documento divulgado hoje, "há um gradual redirecionamento das atividades de construção para outras regiões, decorrente de um processo de desconcentração da atividade econômica em face da influência de fatores como: expansão da fronteira agrícola em direção as Regiões Centro-Oeste e Norte, com o conseqüente aumento das atividades agroindustriais e do fluxo migratório; e a instalação de novas indústrias e redes varejistas no Nordeste".

Ainda no período de 1996 a 2006, a Região Norte ampliou sua participação em pessoal ocupado nas grandes empresas (3,6% para 6,8%) e valor das construções (3,2% para 7,3%).

O Nordeste , que ocupava 17,4% das pessoas nas grandes empresas em 1996, subiu para 19%, em 2006. A participação da região no valor das construções foi de 12,7% em 1996 e 14,7% em 2006, respectivamente. A Bahia destacou-se, com 3,7% do valor das construções executadas pelas grandes empresas em 1996, e 6,4% em 2006.

No Sul , segundo o IBGE, "as alterações foram discretas", enquanto no Centro-Oeste a participação no valor das construções das grandes empresas, no total do País, subiu de 6,8% em 1996 para 9,4% em 2006.

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