Quando o primeiro empreendimento brasileiro certificado como sustentável começou ser construído, há cerca de dois anos, os incorporadores não imaginavam as dificuldades que teriam para conseguir fornecedores capacitados a atender às exigências dos edifícios verdes.
"As tintas descascaram e alguns painéis racharam", conta Nilton Figueiredo, presidente da SustentaX Engenharia de Sustentabilidade, empresa de consultoria que desenvolveu o projeto de sustentabilidade da agência do Banco Real em Cotia, região metropolitana de São Paulo, o primeiro projeto no Brasil a receber o certificado de sustentabilidade LEED (Leadership in Energy & Environmental Design).
Aos poucos, os materiais que apresentaram problemas foram substituídos até se encaixarem nas exigências do US Green Building Council, com sede nos Estados Unidos, que concede o selo LEED.
Foram essas dificuldades que levaram a empresa a criar um sistema de certificação para a cadeia de fornecedores: o Selo SustentaX. De acordo com Figueiredo, o selo servirá como uma referência para os construtores de que o produto atende ao requisito de sustentabilidade ambiental internacional e de que foi produzido com responsabilidade socioambiental (sem trabalho infantil, com controle de dejetos, carteira assinada etc.). A SustentaX começou a desenvolver o conceito dos selos em 2006. A empresa tem três funcionários acreditados junto ao Green Building Council.Para receber o selo, os produtos foram submetidos a testes que comprovam sua qualidade e durabilidade e atestam que o fabricante tem intenções claras para redução de desperdícios e reutilização e reciclagem das sobras de materiais.
Os primeiros selos SustentaX serão entregues na próxima semana a cerca de 30 produtos durante o evento II Mostra Sistema FIESP de Responsabilidade Socioambiental, que acontecerá no auditório do Parque do Ibirapuera. Entre as empresas que receberão o certificado de produtos socioambientais responsáveis estão a Duratex, Deca, Nova Hydra, Suvinil, Fademac, Werden e JRJ Tecidos.
"Sofremos no passado com fornecedores", declara Renato Auriemo, sócio da RMA Engenharia, empresa responsável pela obra do laboratório Delboni que foi o segundo empreendimento a receber o LEED no Brasil. Segundo Auriemo, essa situação hoje está bem melhor mas ainda há dificuldades porque como são poucos as empresas capacitadas nessa área a procura é muito grande e elas estão "super demandadas’’.
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Há 4 anos
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