A gestora de fundos de private equity Advent International, uma das líderes mundiais em investimentos em empresas de capital fechado, assumiu o controle da rede gaúcha de varejo Quero-Quero. O contrato foi assinado na sexta-feira passada e a operação é avaliada em cerca de US$ 300 milhões.
O investimento para a expansão da Quero-Quero é o maior da trajetória de 11 anos da Advent no Brasil, onde já tem o controle da rede Viena, Grupo RA e Dufry South América. O negócio é feito em um momento de forte expansão do setor de construção civil, o principal negócio da Quero-Quero. "O que a gente levaria dez anos para crescer vamos conseguir fazer em quatro", afirmou o presidente da rede gaúcha, Wilmar Hammerschmitt.
Nos próximos anos a Quero-Quero planeja a abertura de mais de 200 novas lojas na região Sul do País, chegando a 400 unidades. Nessa ampliação também consta o plano de entrar em grandes cidades, como Porto Alegre e Curitiba. Hammerschmitt permanece como o principal executivo. Também serão mantidos os atuais diretores aos quais estão se somando mais dois gestores, trazidos pela Advent, e com grande experiência no mercado de varejo brasileiro, para ocupar os cargos de vice-presidente e diretor financeiro. A marca e o perfil das lojas, com um tamanho médio de mil metros quadrados, serão mantidos.
Os próximos 100 dias serão de organização da nova estrutura, inclusive dos papéis a serem desempenhados pelos novos gestores. Internamente, o anúncio foi feito no domingo para os gerentes das lojas que, ontem pela manhã, apresentaram a todos os funcionários um DVD com as informações sobre a nova fase da companhia.
A Quero-Quero, fundada em 1967 e com sede na cidade de Santo Cristo, noroeste do Estado, possui 170 lojas no conceito casa e construção - materiais de construção, eletrodomésticos e móveis -, todas instaladas em cidades médias e pequenas no interior do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A varejista também conta com uma empresa de cartões de crédito, a VerdeCard, com dois milhões de cartões emitidos e com uma rede adquirente de mais de 20 mil pontos de venda. A compra da financeira está sujeita à aprovação do Banco Central. A expectativa da Quero-Quero é faturar cerca de R$ 700 milhões em 2008.
Há mais de três anos a Quero-Quero vinha sendo assediada por grupos econômicos brasileiros e internacionais. A rede investiu na profissionalização, implantou a governança corporativa e começou a avaliar opções de crescimento. Há um ano, assinou uma carta não-vinculante com a Advent, que durante esse período realizou um trabalho de auditoria. "Escolhemos esse parceiro porque, além de ter a melhor proposta, a Advent se interessou em manter a nossa operação e disponibilizar recursos para o crescimento", conta o presidente.
De acordo com levantamento da consultoria Gouvêa de Souza & MD, o varejo de material de construção movimentou cerca de R$ 60 bilhões no ano passado. As quatro maiores redes (C&C, Leroy Merlin, Telhanorte e Dicico) são responsáveis por apenas 5,4% do mercado. A Quero-Quero deve estar entre as dez maiores em faturamento.
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Há 4 anos
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